PATENTE atribuída ao processo desenvolvido no PROJETO PLACARVÕES
A patente atribuída ao processo desenvolvido no Projeto PlaCarvões é uma solução inovadora para o problema dos plásticos sujos, agrícolas e urbanos, que descreve um processo de produção de carvões ativados a partir de plásticos presentes nos resíduos indiferenciados urbanos, plásticos agrícolas e plásticos descartáveis, usados na atividade agrícola.
Este processo inovador contribui para que os resíduos de plásticos “sujos” sejam desviados dos aterros e após a separação e recolha dos mesmos, em particular os agrícolas, originem um material poroso, o carvão ativado, que será depois aplicado no tratamento das águas residuais para a adsorção de poluentes como fitofármacos e outros.
O carvão ativado tem diversas aplicações, como a filtragem e captação de poluentes de meios líquidos e gasosos, podendo ser utilizado em efluentes agroindustriais e urbanos em unidades de pequena a média dimensão, de base local e regional, transformando um resíduo num produto de elevado interesse económico e ambiental.
O projeto decorreu em 2018, com financiamento do Fundo Ambiental e foi desenvolvido em consórcio formado pela CIMAC, EDIA, GESAMB e UNIVERSIDADE DE ÉVORA. Durante esse período foi construída uma unidade piloto para a produção de carvões ativados, efetuados diversos testes e análises e testada a capacidade de adsorção dos carvões produzidos.
A Patente agora atribuída certifica uma invenção nova, e que não é óbvia face ao já existente, à qual acresce a sua potencial aplicação industrial.
O PlaCarvões aplica os princípios da Economia Circular na cadeia de valor dos plásticos, transformando resíduos de plásticos sujos num produto, o carvão ativado cujas necessidades nacionais são asseguradas na totalidade através de importações. A quantidade de plásticos oriundos da agricultura é significativa, por exemplo na área de influência de Alqueva, em 2022, foi estimada em 2.300 toneladas/ano. Com o crescimento da área regada e ocupada por culturas permanentes, este volume poderá atingir as 4.500 toneladas/ano. O plástico usado é essencialmente (95%) plástico que não está enterrado e quase exclusivamente associado às culturas permanentes. Estas duas características são um importante fator para que se possa concretizar um modelo de recolha e de valorização deste material.
Se somarmos a estes números os referentes ao ciclo urbano dos resíduos plásticos, facilmente se concluirá que a solução patenteada do PlaCarvões contribuirá simultaneamente para diminuir a quantidade de resíduos plásticos depositados em aterro aproximando Portugal do cumprimento das metas europeias e simultaneamente, irá criar valor através do desenvolvimento de um produto a nível regional e nacional, o carvão ativado, em que o país é claramente dependente do mercado externo.
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